domingo, 30 de maio de 2010

Sei de uma piada que já não desperta piadas

O tempo em que Ricardo Araújo Pereira (ver link) era mais engraçado do que um saco de batatas já lá vai. O que resta é um ressabiamento muito particular e uma enxurrada de enxovalhos e descrédito de cada vez que escreve, convencido de que é o Deus da comédia aqui na Terra.

Por exemplo, as recentes provocações a Carlos Queiroz e por arrasto à selecção nacional são demonstrativas do compadrio que tinha com Scolari e do consequente ódio que aquele nutria ao FC Porto. Se Scolari detestava o clube de Pinto da Costa e convidava os gatinhos para fazerem uma perninha de modo a animar a selecção, só podia ser alguém decente, espectacular, um homem que punha os tugas a jogar um futebol de seis estrelas. Quando um seleccionador é próximo de Pinto da Costa e do seu clube, é um saco de boxe que só serve única e exclusivamente para desancar. Assim é Ricardo Araújo Pereira com Queiroz. Tão previsível...

Percebe-se que Ricardo Araújo Pereira defenda Scolari, o pugilista, e refira que quando alguém anda à porrada isso entusiasma as pessoas. Foi essa a receita do seu clube para ser campeão este ano. Logo, Ricardo Araújo entende que a selecção só pode lograr atingir o sucesso seguindo tal comportamento. Jorge Jesus agrediu Rúben Micael, o que incentivou o povo, o tal Inferno da Luz que se acendeu e que fez No Name Boys, esses santos, irem de cana (ou seriam infiltrados dos Super Dragões?), sendo impossível não mencionar o famoso episódio da invasão de campo do diabo que apertou o pescoço ao bandeirinha, no passado! A Luz nem sequer foi interditada! Mas o 3º anel entrou, este ano, em ebulição graças à violência encetada pelas entradas assassinas de Luisão, David Luiz ou Maxi Pereira, isso sim, um espectáculo já que ficaram impunes! Assim, foi com naturalidade que a batatada a que se assistiu tenha sido a chave do sucesso para o Benfica campeão nacional. Mas lá está, faltou seguir essa receita na Liga Europa. O que se terá passado? Os jogadores do Liverpool eram demasiado grandes para Jesus lhes chegar à cara? O túnel de Liverpool era maior ou mais desconfortável do que os de Portugal?

O tema José Mourinho. Alegra-se o Ricardo com a aclamação de Mourinho em Portugal, finalmente. Entende-se, visto que ele está habituado a ver somente treinadores espanhóis que não ganham títulos a darem voltas ao relvado da Luz como heróis, sabendo também que jornais como os que o patrocinam menorizam sempre os treinadores campeões do Porto e Sporting. A excepção só acontece com treinadores do clube dele, claro. No fundo, justifica-se o desabafo de Araújo Pereira, até porque Mourinho treinou o Benfica e como se sabe nunca venceu lá nada. Aliás, depois duma célebre vitória do Benfica de Mourinho sobre o Sporting por 3-0, o presidente Vilarinho resolveu aceitar o pedido de demissão do então técnico benfiquista. Uma bela jogada, pois como se sabe o Benfica gosta é de treinadores medianos e espanhóis, se possível, a ganharem muito e a ficarem nos segundo ou terceiro lugares de modo a conhecerem bem os quatro cantos do relvado da Luz.

Eu sei que o Ricardo está contente pois finalmente tem francas hipóteses de ver o seu clube ser campeão europeu, já que Mourinho depois do Inter vai para o maior e melhor clube do mundo: o Real Madrid. É, não se deixem enganar por certas falácias que por aí ecoam de que o Benfica é o não sei quê do mundo. Se o Ricardo quer festejar uma vitória do maior e melhor clube do mundo na Liga Milionária está mais do que na hora de se fazer sócio do Real. Ou que reze e acenda muitas velinhas à Nossa Senhora do Caravaggio para que Mourinho regresse um dia para o Benfica. A não ser que o seu amigo Scolari venha para a Luz e ganhe a Liga dos Campeões. Também serve, Ricardo? Só uma última adenda, Mourinho pode não ter festejado a conquista da Liga dos Campeões pelo Porto, mas festejou e bem todas as vitórias frente ao Benfica. E em Portugal isso é o pão nosso de cada dia, algo bem trivial, que nem deveria merecer nota de destaque. Ganhar ao Benfica? No final do jogo, todos os jogadores e treinadores que alcançassem esse objectivo só deviam encolher os ombros pelo serviço cumprido e seguidamente soltarem um longo bocejo.

Este ano foi problemático, quase trágico, ver que o actual melhor treinador português para os entendidos benfiquistas - Jorge Jesus - só na derradeira jornada conseguiu alcançar o título, numa luta que teve com o provinciano Domingos Paciência. É duro compararem o JJ a Mourinho e perceberem que o futuro treinador do Madrid quando estava nas Antas e virava para a segunda volta do campeonato já sabia que o título estava no papo. Mas o super treinador Jorge Jesus teve de suar bem até à última jornada para ganhar o título cujo melhor jogador dele nunca entrou dentro do relvado: Ricardo Costa. Não, não é aquele jogador ex-portista que para o ano estará no Valência. É aquele pavão, mais uma vez não confundir com um ex-jogador portista, que está na Comissão Disciplinar da Liga e que nunca viu papoilas saltitantes nos túneis a fazerem coisas engraçadas e considerou que só dragões e arsenalistas é que mereceram fazer parte da anedota. Sem referir o facto de o Benfica ter jogado contra dez adversários num terço do campeonato. Curiosamente, contra dez no Porto a águia levou uma valente queimadela e não me estou a referir a isqueiros. Noutro âmbito, por exemplo, é mentira que o Benfica não tenha ganho a Liga Europa deste ano! O Simão ganhou-a, depois de ter sido cilindrado por 5-0 no conjunto de dois jogos disputados contra o Porto na... Liga dos Campeões. E quando ele veio ao Porto, nós bem que o incentivámos a ajudar o Benfica a vencer a Liga Europa. Ele fez-nos a vontade. Obrigado Simão pelo teu dedicado benfiquismo. Ah, é verdade, já me esquecia, obrigado também Quique. Pois é, é preciso ter azar, lá saíste do Benfica e começaste a ganhar títulos!

2 comentários:

  1. Em grande Zé tripeiro....Finalmente alguém que coloque os gatos ranhosos no lugar que merecem: a sargeta....

    Abraços

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  2. Obrigado, Ninja! Todos somos poucos para lutar contra os nossos inimigos, que são muitos!

    Amor com amor se paga!

    Forte abraço!

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